quinta-feira, 28 de maio de 2009

Whoo Hooing



"Dear, are you sure this doesn't make us lesbians?..."

"No, we're just bonding!"


quarta-feira, 20 de maio de 2009

The Unnamed Feeling II


O desconhecido acedeu ao meu pedido, ajoelhou-se lentamente sem tirar os olhos de cima dos meus e violentamente lambe e chupa o meu clítoris ao mesmo tempo que me penetra com os dedos. Os orgasmos chegam rapida e ininterruptamente, "não aguento mais..." pensei eu, estava a experiênciar algo completamente novo e excitante, o meu corpo tremia, suava, já me faltavam as forças quando o desconhecido pega em mim, vira-me de costas pra si e me penetra com toda a sua pujança. As suas investidas eram brutais mas eu continuava a contorcer-me de sede e sofreguidão sem pensar em mais nada, simplesmente sentia o anelo, o anseio por mais. Assim que terminámos, o desconhecido pega rapidamente nas suas roupas e sussurra-me ao ouvido "voltarei a encontrar-te?". A sua voz soava sediciosa e mal tive tempo de raciocionar, peguei na minha mala num ápice e dei-lhe o meu cartão que continha a minha morada e o meu contacto telefónico. Era psicóloga, trabalhava num escritório de outrem mas também fazia sessões em casa, a fim de um dia conseguir pacientes suficientes para trabalhar sozinha. Passei-lhe o cartão para as suas mãos, ainda quentes e molhadas, guardou-o no bolso e saíu a correr esbarrando em duas senhoras que vínham a entrar distraídas na conversa "ao que parece fecharam quase esta linha toda por causa da chuva, as entradas estão inundadas...". Saí na paragem seguinte e subi as escadas lentamente, estava dorida e cansada, tão cansada que nem reparei que já não chovia.
"Porra, que dor de cabeça...", acordei ao som irritante do despertador e enquanto me tentava rastejar para fora da cama veio-me à memória a noite passada no metro, "que loucura...", nunca tinha feito nada do género, nunca acedi a tal impulso, todas a minhas acções até aí tinham sido calculadas e cautelosas, principalmente no respeitante ao sexo. Bem, não importa, o mais provável é não vê-lo novamente, o que torna a experiência ainda mais inesquecível. Tinha um paciente dali por três horas, teria tempo suficiente para me recompôr, então calmamente preparei o pequeno-almoço, fiz o café e as torradas e comi vagarosamente, como de costume, em frente à televisão a ver as notícias. Lavei a loiça e dirigi-me para o sofá, liguei a aparelhagem, acendi um cigarro e deitei-me, o meu momento antes do banho relaxante, mas não consegui sossegar nem um bocadinho, a cara daquele desconhecido não me saía da cabeça, o seu toque, o seu cheiro, o seu olhar permaneciam vívidos em mim. Apaguei o cigarro e dirigi-me à banheira, vou tomar um banho de emersão e pôr os meus sais favoritos na água, não sei porque o fiz, não era um dia especial, mas achei que daria um bom seguimento à noite anterior. Estava eu nem há quinze minutos de molho quando tocam à porta, apressei-me a vestir o robe de banho e vou em direcção à mesma, não sei porque não espreitei lá para fora nem tão pouco porque não perguntei quem era, simplesmente a abri, era ele, " Olá Doutora, trouxe companhia...".


To be continued...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mother






Quero prestar a minha homenagem a mães muito especiais.
No mínimo derretem o coração,
No máximo fazem a diferença,
Pelo meio percebemos que perdemos algo muito importante...






Eu me lembrarei


Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente rôto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.


Álvaro de Campos

Cansaço


O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo.
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma.
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que falta nelas eternamente -;

Tudo isso faz um cansaço,
Esse cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais se puder ser,
Ou até se não puder ser...


Álvaro de Campos

Nada



Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.

Nada! Não sei...
Um nada que dói...



Álvaro de Campos