quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Die, Die my Darling

Houve tempos em que realmente desejei estar junta, ter filhos e tudo o resto que acompanha esta nobre tragédia. Houve tempos...
Presentemente, acho que este tipo de vida fútil não encaixa na minha personalidade, aliás, nunca encaixou, só simplesmente agora o percebi. Desiludida? Nem pouco mais ou menos. Radiante é mais o termo.
Por vezes, tenho momentos mais ou menos lúcidos, isto acontece quando menos eu espero e me apetece, infelizmente para todos os que convivem comigo...
Dei por mim a ter uns "flashs" da minha suposta futura vida de mãe (ou escrava) de família. Trabalhar o dia todo, chegar a casa e cozinhar, tratar dos miúdos birrentos e mal educados enquanto o meu "esposo" roça o cú pelas paredes. Não ter dinheiro para comprar aquele perfume, fazer aquela viagem, comer fora quando me apetecer porque o "Boby e as suas crias" também precisam de livros, roupas, brinquedos e uma boa dose de paciência santa.
Já me estou a imaginar de viagem, numa carrinha em 2ª mão a caír aos bocados, o "Boby" a conduzir com uma mão no volante, outra numa mini, os putos lá atrás aos berros "Já chegámos? Já chegámos?". Ao Inferno? Completamente...
Estaria bem melhor na minha casa, sozinha ou com uns amigos a beber um copo de vinho requintado, a ouvir uma música agradável ou a ler um bom livro no sofá, deitar cedinho para no dia a seguir pegar nas malas e viajar até Cuba ou Índia só porque me apetece, sem olhar a despesas (porque não tenho putos para sustentar nem um morcão para chatear ou mandar).
Prefiro ficar sozinha a ter a companhia do "Boby" e a sua triste e egoísta descendência. Vivemos num mundo machista e ainda aspiramos a uma vida machista. Go figure...

E porque já dizia o nosso amigo e mestre Fernando Pessoa:

"Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?"

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Kafka Moments

A próxima Aldeia

"O meu avô costumava dizer: «A vida é espantosamente curta. Neste momento, comprime-se tanto na minha lembrança que, por exemplo, mal consigo perceber como pode um jovem decidir dirigir-se para a próxima aldeia sem temer que - abstraíndo já dos acidentes infelizes - o tempo duma vida normal e sem azares não baste nem de longe para tal viagem.»"


As Árvores

"Porque somos como troncos de árvores na neve. Aparentemente estão apenas pousados na neve e com um simples empurrão conseguir-se-ía afastá-los. Não, não é possível porque estão firmemente ligados ao solo. Mas reparem que até isto é apenas aparente."



Franz Kafka

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Lógica da Batata

Sempre ouvimos dizer que devemos ter cuidado com o que desejamos pois é provável que o vinhamos a ter. Nunca concordei com isto, para ser sincera, acho que seria muito feliz se ganhasse o Euromilhões, se metade da população deste Planeta fosse dizimada e se as mulheres fossem promovidas a raça superior pelas razões óbvias.
Até poderíamos pensar que nem sempre temos o que queremos, mas a verdade é que isto não é verdade. Porquê? Quando queremos algo, vamos à luta, seja isso uma obrigação ou apenas uma vontade, se isso não acontece é porque, no fundo, ou não o quisemos ou não fomos avante com os nossos desejos, seja porque razão for.
O problema central aqui não se aplica, a meu ver, ao que desejamos mas sim à forma como o Universo nos dá as coisas. Por exemplo, quando penso que quero isto ou aquilo para a minha vida, eventualmente vou acabar por ter, simplesmente nunca é quando eu quero e como eu imaginei. Falta de sorte? Não, Deus destesta-me. Agora, pergunto eu, porque raio os nossos planos saem sempre furados? Queremos algo, acabamos por ter, mas nunca é bem como imaginávamos. Há aqui alguma lógica? Há, mas uma lógica muito pervertida. Talvez seja esta a maneira de o Universo gozar connosco, e até é capaz de ter piada, nós é que não percebemos.
Não me posso queixar, é um facto, no fundo acabo por ter o que quero ainda que o timing não seja perfeito nem bem como eu idealizei. Mas vendo bem as coisas, de que me serve ter algo agora que desejei há meses atrás? Por exemplo, de que me serve ter uns calções agora que começou a fazer frio? Tinha dado mais jeito há uns meses atrás quando estava calor! E em vez de me calhar uns calções vermelhos como eu queria, aparecem-me uns verdes. Não deixam de ser calções, é verdade e eu, na realidade, queria uns, mas não eram bem aqueles nem neste momento preciso. Isto faz algum sentido? Mas porque raio funcionam assim as coisas? O ser humano já é complicado por natureza, obviamente que esta ordem de sucessões de eventos não ajudam.
Eu até podia ser uma rapariguita mais humilde, mas o que se passa é que não sou nada apologista do "ah, eu cá não quero nada porque assim não alimento esperanças, não me dou mal e qualquer coisa que venha já é bom". Nós já não temos nada mesmo, em que é que isto nos ajuda? Sonhar ainda é grátis, porque não? Gostava muito de ganhar o Euromilhões, mas também se isso não acontecer, não vou a correr cortar os pulsos.
Se pensarmos bem, afinal até temos o que queremos...um bocadinho ao lado...
Porque raio é que eu penso nestas merdas? Porque os meus pais desejaram ter uma filha inteligente e saíu-lhes isto...

domingo, 1 de novembro de 2009

Feeling Lucky?...

Fui à net, sentia-me com sorte e então decidi experimentar... Toda a minha vida mudou, tudo se tornou finalmente mais claro aos meus olhos, era ele...tudo era ele... não quero mais viver sem ti, sem a tua presença, o teu poder e superioridade... Adoro-te... Chuck Norris!!!

Quero mostrar ao mundo, que gira à tua volta, tudo o que és!
Amigos e companheiros, não vai ser fácil, mas tem de ser feito, por isso, cá vai:



Chuck Norris Facts:

"When the Boogeyman goes to sleep every night, he checks his closet for Chuck Norris.
Chuck Norris doesn't read books. He stares them down until he gets the information he wants.
There is no theory of evolution. Just a list of creatures Chuck Norris has allowed to live.
Outer space exists because it's afraid to be on the same planet with Chuck Norris.
Chuck Norris does not sleep. He waits.
Chuck Norris is currently suing NBC, claiming Law and Order are trademarked names for his left and right legs.
Chuck Norris is the reason why Waldo is hiding.
Chuck Norris counted to infinity - twice.
There is no chin behind Chuck Norris’ beard. There is only another fist.
When Chuck Norris does a pushup, he isn’t lifting himself up, he’s pushing the Earth down.
Chuck Norris is so fast, he can run around the world and punch himself in the back of the head.
Chuck Norris’ hand is the only hand that can beat a Royal Flush.
Chuck Norris can lead a horse to water AND make it drink.
Chuck Norris doesn’t wear a watch, HE decides what time it is.
Chuck Norris can slam a revolving door.
Chuck Norris does not get frostbite. Chuck Norris bites frost
Remember the Soviet Union? They decided to quit after watching a DeltaForce marathon on Satellite TV.
Contrary to popular belief, America is not a democracy, it is a Chucktatorship."



Para mais informações é só clicar no site mais maravilhoso à face desta Terra:

http://www.chucknorrisfacts.com/

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Albert Camus

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado."

"Não quero ser um génio... Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem."

"Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade."

"Já é vender a alma não saber contentá-la."

"O homem tem duas faces: não pode amar ninguém, se não se amar a si próprio."

"Fazer sofrer é a única maneira de nos enganarmos."

"O heroísmo de pouco vale, a felicidade é mais difícil."

"Toda a infelicidade dos homens provém da esperança."

"O homem é a criatura que, para afirmar o seu ser e a sua diferença, nega."

"Eu revolto-me, logo existo."

"O homem não é nada em si mesmo. Não passa de uma probabilidade infinita. Mas ele é o responsável infinito dessa probabilidade."

"Não é o sofrimento das crianças que se torna revoltante em si mesmo, mas sim que nada justifica tal sofrimento."

"A estupidez insiste sempre."

"Chega sempre um momento na história em que quem se atreve a dizer que dois e dois são quatro é condenado à morte."

"O que conta é ser-se verdadeiro e então aí se inscreve tudo: a humanidade e a simplicidade."

"A imaginação oferece às pessoas consolação por aquilo que não podem ser e humor por aquilo que efectivamente são."

"Não se pode criar experiência. É preciso passar por ela."

"A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente."

"A tentação mais perigosa: não se parecer com nada."

"Amar uma pessoa significa querer envelhecer com ela."

"Existe apenas um único problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida significa responder à questão fundamental da filosofia."

"O que é um rebelde? Um homem que diz não."

"A política é constituída por homens sem ideais e sem grandeza."

"Quem escreve de um modo claro tem leitores. Quem escreve de um modo obscuro, comentadores."

"Eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto, que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida."

"A característica do homem absurdo é não acreditar no sentido profundo das coisas. Ele percorre, armazena e queima os rostos calorosos ou maravilhados. O tempo caminha com ele. O homem absurdo é aquele que não se separa do tempo."

"Os homens não são meus semelhantes. Eles são os que me contemplam e me julgam. Os meus semelhantes são aqueles que me amam e que não me olham, que me amam contra tudo, que me amam contra o fracasso, contra a baixeza, contra a traição, eu e não aquilo que fiz ou farei, que me amariam tanto quanto eu me amaria a mim próprio."

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Apenas o silêncio

Confortavelmente deitada em posição fetal vejo uma série que se apresenta extremamente interessante, mas o cansaço é tanto que vou fechando os olhos aos poucos, até que tiro o som e adormeço. Breves momentos depois, o mundo vira-se contra mim, mais uma vez, e toda a espécie de barulho cai como uma bomba no meu ninho aconchegante, desvantagem de se morar num prédio. Não sou pessoa de pedir muito, mas uma vez que fosse gostaria de usufruír do prazer de não ouvir os outros, de me entregar ao vazio, de presenciar um mundo onde não houvesse ninguém, onde o nada reinasse, sem luzes, sem movimento, sem som.
Talvez assim eu conseguisse descansar, dormir, sonhar, viver.
Não pediria mais nada. Apenas o silêncio...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cházinho Gelado e Tampões

Vinha a caminho de casa e lembrei-me, Foda-se, esqueci-me de comprar tampões!, peguei no telemóvel e liguei para o meu grande amigo com o qual adoro fazer compras.
- Tá lá???
- Aw yeah, what's up out there? BC's in the house!
- Olha, sou eu! Queres vir comigo ao Jumbo, pá?
- Awwwwwwwwww shit...
- Vá, deixa-te de merdas e vem-me buscar! Até já!
Passados cinco minutos, o meu amigo pára à minha porta.
- Como é que é, T.? Tá-se bem? Porra, demoraste tanto tempo! Mais um minuto e nunca mais te falava que era para aprenderes a não deixares uma lady à espera!
- Why momma? Why momma? What did I do wrong?
- Vamos mas é a despachar que eu tenho pressa.
- YEAH MOTHER FUCKER!
Prego a fundo e aí fomos nós em direcção ao estacionamento do Jumbo. Já lá dentro, e enquanto caminhávamos para as escadas rolantes vemos uma cara conhecida sentadinha em frente a um mercedes.
- Janis!!! Então, como vai isso???
A minha amiga lamentava-se.
- Oh Lord, won't you buy me a mercedes benz...
- Oh, tadinha... deixa lá Janis, quando me saír o totamilhões eu ofereço-te um!
- That´s it!
Deixei a minha amiga com um sorriso e subi as escadas com o Ice T. a meu lado. À entrada do supermercado encontrava-se um polícia, T. aproximou-se deste e sussurrou-lhe ao ouvido:
- I got my brain on hype. Tonight'll be your night. I got this long-assed knife and your neck looks just right. DIE, DIE, DIE PIG, DIE!
Rapidamente, o agente da autoridade ficou meio suado e azul, então decidi intervir.
- Vamos T., deixa lá o senhor, que mania de chatear as pessoas, pá...
- I'm Ice Mother Fuckin' T, bitch.
- Sim, sim... Olha, procura lá o corredor dos tampões que eu tenho pressa.
- Yeah, goddamn it.
Ao passar pelo corredor da fruta, e com o cantinho do olho detecto movimento suspeito na área do bom gosto.
- Ó Cházinho Gelado! Aquela não é a Dina???
- Yeah! Uh!
Com um cestinho na mão, movimentos pirosamente dançantes e olhos de bússula, Dina pegava nas frutinhas.
- Peguei, trinquei e meti-te na cestaaaaa...
Com pézinhos de lã, tentámos sair dali o mais depressa e menos barulhento possível. Não foram feitos comentários.
- Ah! O corredor dos doces!
Corri em direcção ao paraíso e quando parei fui abordada pelo único e inconfudível Amadeu Mota, que pegou num pacotito de After Eight's e, ao colocá-lo na minha mão, me confessou com a sua voz doce e terna:
- Tu és chocolate, tu és peppermenta...
- Oh, que querido! Tou de dieta...
Bazei rapidamente antes de caír na tentação.
Continuámos a nossa demanda quando de repente escorrego na água que estava inesperadamente no chão. Olho em frente e vejo Shirley Manson, a vocalista dos Garbage, debaixo de um chuveiro.
- Shirley! Há quanto tempo!... Que fazes aí debaixo??? Ainda te constipas, rapariga!
- I'm only happy when it rains...
- Ah, pronto, então tá bem. Adeus!
- T., por acaso não tens um lencito de papel, não? Fiquei toda molhada...
O meu companheiro baixa-se, apanha papel e dá-me. Era um dos muitos rolos de papel higiénico que se encontravam no chão. Tentei observar melhor o meio, aquilo não era nada normal. No topo de um monte de papel higiénico em promoção encontrava-se o grande pequeno Bruce Dickinson dos Iron Maiden.
- Ó Bruce, que estás aí a fazer, homem???
- Run to the Hills, run for your lifeeee...
- O.K... Será que lhe digo que aquilo é papel higiénico? É melhor não...
- IT'S REAL FUCKED UP!
- Vamos continuar enquanto temos uma réstea de sanidade mental, mas não digas a ninguém.
- Yeah. Fuck that.
Mais à frente, encontrava-se a secção das bicicletas e dos triciclos e, claro está, encontrei os meus amigos AC/DC, todos muitos juntinhos num triciclo piqueno.
- Onde vão vocês de triciclo???
Todos juntos e claramente em uníssuno, respondem-me com os corninhos no ar:
- I'm on the Highway to Hell!!!
- Ena pá! Então depois quando lá chegarem telefonem, hã! Boa viagem!
Finalmente chegados ao corredor dos tampões, o meu amigo suspirou de alívio, eu agarrei uma embalagem e depressa nos dirigimos à Caixa para pagar. À minha frente encontrava-se já instalado o gigante Meatloaf com três carrinhos de compras.
- Ó Rolinho de Carne, por acaso não me queres deixar passar à frente??? Só tenho uma embalagem de tampões, pá! Faz lá o jeitinho...
- And I would do anything for love, but I won't do that...
- Gordo...
Atrás de mim surge uma cabecinha a espreitar e que se dirige ao Rolo de Carne.
- Instant Karma's gonna get you!
- John Lennon pá! Dá cá um abraço! Tens andado desaparecido, não pode ser! Temos de combinar um café, uma manif, ou assim...
Aquilo demorava e eu não percebia porquê. Decidi espreitar e mais à frente estavam reunidas todas as meninas das Caixas de volta de alguém e só se ouvia risadinhas e via baba no chão.
- Tom Jones, és tu que tás aí entre as meninas???
Tom consegue soltar-se delas e com toda a elegância pega no microfone da Caixa.
(Tururu)
- It's not unusual to be loved by anyone, It's not unusual to have fun with anyone...
- Lindo pá! Ah, ganda Tóm Jónes! Agora uma pra mim, uma pra mim!!!
Tom ajoelha-se a meus pés e canta:
- My, my, my, delilah, Why, why, why, delilah...
- Mas é Xana...
- I could see that girl was no good for me...
Frustada, lá paguei e saí com o Cházinho Gelado a meu lado a tentar animar-me.
- So every year when Body Count comes around, we throw an orgy in every little Southern town. KKK's, Skinheads and Nazi girls break their necks to get to the party.
Não resultou.
- Nah... deixa estar, eu fico bem.
À entrada do estacionamento e encostado a um poste estava o meu amigo de longa data, Jim Morrison que, com uma mão segurava um charro e com a outra revirava os bolsos.
- Jimmy! Então, precisas de alguma coisa?
- Come on baby light my fire...
- Isso roda ou como é?
Sentámos no chão encostados à parede e fumámos. Daí a pouco juntou-se a Janis, fumámos mais e ainda bebemos também, enquanto o nosso amigo cantava.
- This is the End, my only friend, the End...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Bleeding Me

Perdida no cansaço da monotonia, arrasto-me dia após dia. Pé ante pé vou caminhando na direcção do nada, daquilo que é estranho em mim. Não existe sentido nas coisas, não há uma lógica no meu andar, tudo é confuso e distante. Uma reviravolta brusca esbofeteou-me e, no meio da solidão, eu compreendi mas, quando eu mais precisei de mim, da minha referênciada sanidade mental, da graciosidade do meu bom humor, não estava lá, pois já não era eu, o meu mundo que sou esfumou-se e talvez não o volte a encontrar.
O Planeta continua igual, tudo continua a funcionar, a vida não pára, apenas eu me transformei, eu, o ser agora abominável aos meus olhos que também repudio. Sou o pó de outros tempos, sou tudo e sou nada.
Eu sou a coisa que me faz sangrar...


I'm diggin' my way
I'm diggin' my way to somethin'
I'm diggin' my way to somethin' better
I'm pushin' to stay
I'm pushin' to stay with somethin'
I'm pushin' to stay with somethin' better
I'm sowing the seeds
I'm sowing the seeds I take
I'm sowing the seeds I take for granted
This thorn in my side
This thorn in my side is from the tree
This thorn in my side is from the tree I've planted
It tears me and I bleed
And I bleed
Caught under wheels roll
I take the leash
I'm bleeding me
Can't stop to save my soul
I take the leash that's bleeding me
I'm bleeding me
I can't take it
Caught under wheels roll
Oh, the bleeding of me
Of me
The bleeding of me
Caught under wheels roll
I take the leash
I'm bleeding me
Can't stop to save my soul
I take the leash that's bleeding me
I'm bleeding me
I can't take it
Caught under wheels roll
Oh, the bleeding of me
Oh, the bleeding of me
I am the beast that bleeds the feast
I am the blood
I am release
Come make me pure
Bleed me a cure
I'm caught, I'm caught, I'm caught under
Caught under wheels rollI take that lease
I'm bleeding me
Can't stop to save my soul
I take the leash that's bleeding me
I'm bleeding me
I can't take it
I can't take it
I can't take it
Oh, the bleeding of me
I'm diggin' my way
I'm diggin' my way to somethin'
I'm diggin' my way to somethin' better
I'm pushin' to stay
I'm pushin' to stay with somethin'
I'm pushin' to stay with somethin' better
With somethin' better

Metallica, Bleeding Me

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

The Unnamed Feeling III

Olhei o desconhecido com surpresa, nunca o esperaria à minha porta na manhã seguinte e agora aqui estava ele, acompanhado por uma mulher alta e bem vestida, Podemos entrar?, perguntou o meu amante de há umas horas atrás. Só nesse momento reparei com exactidão no seu aspecto, a noite anterior tornara-se muito difusa na minha cabeça, não me recordava bem mas agora olhava-o com interesse, um homem alto, cabelos negros ondulados apanhados num rabo-de-cavalo, olhos escuros e misteriosos, roupas descontraídas e um porte atlético. Claro, respondi eu sem saber bem o que esperar, toda a cena era estranha e punha-me nervosa, Sentem-se, vou só vestir qualquer coisa mais apropriada. Entrei no quarto e vesti as primeiras jeans e t-shirt que me apareceram à frente e voltei à sala ainda a pensar no que o poderia levar ali com aquela mulher, Então o que vos traz aqui?, esta pergunta saíu-me meio engasgada enquanto o calor me subia pelo corpo. Pois é doutora, uma grande coincidência, ao que parece a minha irmã estava a precisar de umas consultas, peguei no seu cartão e trouxe-a cá, já agora apresento-lhe, é a Madalena. A mulher esboçou um leve sorriso na minha direcção, Fez muito bem...humm..., não sabia o seu nome, voltei a corar, mas rapidamente me respondeu, Miguel..., então muito prazer em conhecê-la Madalena, eu sou a Dra. Laura, disse ainda meio embaraçada enquanto lhe apertava a mão, Encantada Dra. Laura e, por acaso, não se importará que utilize a sua casa-de-banho, não? Indiquei-lhe o caminho e recostei-me no sofá. O estranho, agora entitulado de Miguel, olhava-me com curiosidade quando, rapidamente, se inclinou para a frente e começou a falar, Doutora, queria pedir-lhe desculpa por aparecer aqui na sua casa sem avisar nem ser convidado, mas assim que a minha irmã me confessou que precisava de um psicólogo logo me lembrei de si. Ainda me trata por "Doutora", engraçado... Por favor, trata-me por tu, depois da noite de ontem esse cordialismo não faz qualquer sentido. Confesso que fiquei algo surpresa, mas não tem qualquer problema, aliás, eu é que agradeço o jeito. Era verdade, uns trocos extra vinham mesmo a calhar caso Madalena passasse a ser minha paciente e tentei dizê-lo com o ar mais profissional possível mas perante a reacção que viria a seguir, julgo não o ter conseguido, Sabes, Laura, não foi só a minha irmã que aqui me trouxe, na verdade precisava de te ver mais uma vez... e baixou a cabeça assim que terminou, fiquei naturalmente sem graça, não tinha jeito para estas coisas, não sabia o que dizer ou fazer, felizmente Madalena tinha voltado e se sentado graciosamente no meu sofá, aproveitei e voltei-me para ela, Madalena, hoje já tenho marcações mas deixe-me ver a minha agenda e combinamos num outro dia para discutir o seu caso, peguei na agenda e marquei o dia, com um sorriso mais afável anuiu e despediu-se enquanto Miguel se deixou atrasar, olhou para a irmã e com algum receio disse-lhe, Lena, vai descendo que eu já te apanho, e olhou para mim à espera que eu concordasse, simplesmente acenei com a cabeça algo contrariada, Gostaria de voltar a ver-te, disse-me, perguntei-me se seria essa a minha vontade também mas naquele preciso momento a resposta não surgiu pelo que concordei para não ser indelicada, Amanhã à noite estou disponível, passa por cá...



Eram nove horas da noite quando dei por mim a pensar no Miguel enquanto lavava a loiça do jantar; devia estar a chegar. Nem sei se fiz bem em convidá-lo, quer dizer, por um lado adorei aquela noite no metro, inesperado e excitante, foi realmente bom, por outro não o conheço minimamente bem nem tão pouco queria uma relação, por mais colorida que fosse, neste momento da minha vida os homens não cabiam nela. Acabado o pensamento ouve-se a porta. Olá Laura, como estás? Posso entrar? Deu-me um beijo na face e entrou, dirigiu-se à pequena mesinha da sala e pousou uma garrafa de vinho, Onde estão os copos?, Quem disse que eu queria beber? , Ali naquele móvel à esquerda, estava definitivamente "com a mosca" e, por isso, fiz o esforço. Liguei a aparelhagem, coloquei música ambiente, tentei ser simpática, Queres comer alguma coisa? Tenho bolo de mel... Sorriu-me e recusou pelo que nos sentámos no sofá a beber o vinho que tinha trazido consigo. Conversámos durante um par de horas, fiquei a saber mais um pouquinho sobre ele, quando acabam o vinho e as desculpas para não repetir o excelente sexo. Investiu sobre mim com autoridade, beijou-me apaixonadamente ao mesmo tempo que me rasgava a blusa e os botões saltavam pela sala e eu, não mostrando resistência, deixei-me levar ali estendida no sofá à mercê do seu poder físico. A sua cabeça perdeu-se nos meus seios, beijava-me enquanto descia até chegar ao meio das pernas, a sua língua era quente e macia e lambia-me agora o clítoris com alguma rapidez ao mesmo tempo que os seus dedos me penetravam com profundidade, senti orgasmos memoráveis até não poder mais, agora era a minha vez, inclinei-me sob o seu pénis e engoli-o várias vezes até ele se vir para dentro da minha boca mas tal feito não o esmoreceu, pois depressa pegou em mim e colocou-me ao seu colo, ainda estava duro e eu voltei a estremecer de prazer.
Acendi um cigarro, Miguel passava com os dedos levemente no meu cabelo, Laura, eu...bem, acho que quero continuar isto... virei-me na sua direcção sem saber o que dizer mas assim que o olhei bem, respondi, Isto, o quê? Fez uma expressão confusa mas logo retorquiu, Quero-te para mim..., pois agora é que temos o "caldo entornado", levantei-me bruscamente e comecei, Olha, Miguel, gostei muito desta nossa aventura, o sexo é realmente excepcional mas eu neste momento não quero nada nem ninguém, percebes? Não queria ter que te dizer isto mas não me deste hipótese. Miguel levantou-se, vestiu-se e saiu sem abrir mais a boca. Bem, ao menos foi em paz e sem barulho, pensei. Apaguei o cigarro e fui dormir.
Um mês se passou e não soube nada dele, em contrapartida as sessões com a sua irmã corriam bem. De noite, peguei no livro que andava a ler e fui para a sala, acendi um cigarro e continuei a folhear quando tocam à porta, pousei o livro e fui abrir. Miguel?...


To be continued...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Hoje sou... Ricardo Reis

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
***
Aqui, neste misérrimo desterro
Onde nem desterrado estou, habito,
Fiel, sem que queira, àquele antigo erro
Pelo qual sou proscrito.
O erro de querer ser igual a alguém
Feliz em suma — quanto a sorte deu
A cada coração o único bem
De ele poder ser seu.
***
Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade.
Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.
***
Domina ou cala.
Não te percas, dando
Aquilo que não tens.
Que vale o César que serias? Goza
Bastar-te o pouco que és.
Melhor te acolhe a vil choupana dada
Que o palácio devido.
***
Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingires.
Nada speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é tudo
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.
***
Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, státuas altas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, porque não elas?
Somos contos contando contos, nada.
***
Não sei de quem memoro meu passado
Que outrem fui quando o fui, nem se conheço
Como sentindo com minha alma aquela
Alma que a sentir lembro.
De dia a outro nos desamparamos.
Nada de verdadeiro a nós nos une.
Somos quem somos, e quem fomos foi
Coisa vista por dentro.
***
Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?
Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.

terça-feira, 14 de julho de 2009

There Goes The Neighborhood

O fumo circulava no ar gentilmente enquanto olhava lá fora os prédios, as árvores e as gentes. O meu olhar prendeu-se durante um momento em certa direcção, não quis acreditar, fechei os olhos e voltei a abri-los, é mesmo, continuei a ver a cena pois em frente a uma janela escancarada deparo-me com um homem semi-nú. Que cena tão agradável, pensei. Deliciei-me com tal pessoa enquanto acabava de fumar o cigarro, mas quando menos a minha vista esperava, o senhor despiu a bela da cueca, apanhou outra que estava estendida na corda e vestiu-a, sem vergonha nem pudor e com o total desconhecimento de estar a ser observado por mim. Cool!
Mas esta não foi a primeira vez.
Tudo começou quando certa noite fui atingida por uma insónia daquelas que dá vontade de cortar os pulsos e depois de muito me mexer na cama, decidi que seria melhor levantar-me, ir fumar e acalmar-me antes de lá voltar. E assim foi. Abri a janela da varanda, acendi o cigarro e apoiei os cotovelos, olhei em redor, como de costume, para me abstraír da dura realidade que era a puta da insónia e, mais uma vez, houve algo que me chamou a atenção. No prédio da frente, uma janela aberta deixava ver uma mulher, de joelhos no chão talvez a pôr o tapete por baixo de um móvel, ou algo do género, extremamente concentrada, ao que eu pensei que era uma linda hora para tal. Por trás, aparece um homem, calculei que fosse o marido ou namorado, e fica a olhar para ela.O cabrão em vez de ficar a ver bem que podia ajudar, julgou imediatamente o meu veneno. Continuei a observar a cena enquanto acabava o cigarro, o homem continua a olhar atentamente e esboça um sorriso malicioso ao mesmo tempo que direcciona o seu olhar para a traseira espetada da mulher, desaperta o cinto, baixa as calças e toca-se. Nessa altura comecei a fazer marcha-atrás dali para fora mas ainda a tempo de ver as mãozinhas dela contra a janela e os supostos movimentos de quem está obviamente a "levar com ele". Dormi que nem um anjinho.
Suspeito que tenho uma vizinhança deveras interessante...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Amor? Que é isso, pah??? II

Pronto, eu confesso tudo o que penso que sei ou acho que é o Amor. Isto porque fui a causadora de uma epifania! E vivam os Recuerdos de La Noche!
Adiante...

*O que é para ti o Amor, Xana Maria???*

Para mim, o Amor reside em tudo o que nos faz melhores como pessoas, como seres humanos, são todos aqueles momentos em que fizemos alguém feliz, incluíndo nós próprios.
São pequenos momentos em que damos um abraço aquele amigo que está triste; em que nos mimamos (como eu faço demasiadas vezes) com um creme cheiroso ou uma roupita nova; em que escolhemos ajudar uma velhinha com os sacos das compras; em que esquecemos que nos fizeram mal e perdoamos; em que dizemos "GOSTO DE TI, PORRA!" simplesmente porque nos apetece; quando afagamos e brincamos com o nosso animal de estimação; é tirarmos a nossa roupa para a outra pessoa não sentir frio; é fazermos km só para estar uma horinhas com uma amiga; é quando dividimos e repartimos o pouco ou muito que temos; em que nos entregámos completamente à outra pessoa sem vergonha nem pudor...
Em todos estes momentos houve Amor, seja pela família, pelos amigos, pelos animais, pelos desconhecidos e o que é realmente importante é darmos tudo de nós enquanto pudermos, é não ter medo de arriscar, não ter medo de sofrer, pois não sabemos se estaremos cá amanhã.



Get it while you can, Janis Joplin

In this world, if you read the papers, Lord,
You know everybody’s fighting on with each other.
You got no one you can count on, baby,
Not even your own brother.
So if someone comes along,
He’s gonna give you some love and affection
I’d say get it while you can, yeah!
Honey, get it while you can,
Hey, hey, get it while you can,
Don’t you turn your back on love, no, no!
Don’t you know when you’re loving anybody, baby,
You’re taking a gamble on a little sorrow,
But then who cares, baby,‘
Cause we may not be here tomorrow, no.
And if anybody should come along,
He gonna give you any love and affection,
I’d say get it while you can, yeah!
Hey, hey, get it while you can,
Hey, hey, get it while you can.
Don’t you turn your back on love,
No no no, no no no no no.
Oh, get it while you can,
Honey get it when you’re gonna wanna need it dear, yeah yeah,
Hey hey, get it while you can,
Don’t you turn your back on love,
No no no, no no no no, get it while you can,
I said hold on to somebody when you get a little lonely, dear,
Hey hey, hold on to that man’s heart,
Yeah, get it, want it, hold it, need it,
Get it, want it, need it, hold it,
Get it while you can, yeah,
Honey get it while you can, baby, yeah,
Hey hey, get it while you can!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Amor? Que é isso, pah???

O Amor... é difícil falar (ou escrever) sobre algo segundo a qual não conhecemos o significado. Poderemos até ter uma breve noção do que se trata consoante aquilo em que acreditamos, que sabemos ou queremos que seja, mas no fundo não o poderemos definir, até porque as opiniões são muito diferentes.
Eu sei que o tema é deveras merdoso mas, ainda assim, fiz a pergunta aos meus amigos e eles gentilmente responderam. Quem me pediu tempo, temos pena porque comigo não há tempos nem preferências nem o raio que os parta que é para aprenderem. Tenho dito!


*O que é para ti o Amor?*


Patrícia "Tixinha Obreira" Dinis:
Amor é esquecer-me q eu existo pra estar sentada em frente a outra pessoa.
O amor, no seu sentido mais lato e abrangente, consiste num sentimentos de perda espontanea ainda que consciente da propria identidade para nos limitarmos, no momento, a existir apenas para e em relação a alguém que amamos. Inclui a amizade e a lealdade nas suas formas mais profundas; consiste em "perdermo-nos" cegamente nos outros.


André “Fetiche de MorangoTango” Domingos:
Amor é tanta coisa, e nada ao mesmo tempo...
Para mim é lembrar que existo para amar alguém....
É respirares na ânsia de conseguir somente ouvir mais uma palavra de quem gostas...
É acordares com o propósito de fazeres alguém feliz... e vice-versa...
Amor para mim é largar tudo na hora e partir para o brasil, uma ilha deserta, ou algo assim, para nos viciarmos um no outro.... construir uma cabana...e pescar...plantar...;) e sexo!!!!


Nelson “Ned” Dionísio:
Penso que o amor é uma ilusão, nós no fundo não nos preocupamos com a outra pessoa mas sim connosco, não gostamos é de nos sentir sozinhos.

João “LePexite” Pinto:
Não sei, ainda não fui correspondido devidamente para ter a noção do que seja o seu significado. Já estive apaixonado, mas não passou disso, paixões e atracções pelo oposto.

Pedro “Peter” Santos:
O amor é respeito mútuo, abertura, preocupação, entrega, carinho, PARTILHA ( nos bons e maus momentos) protecção, procura recíproca, é ter medo de perder, é querer estar sempre junto, passar o resto da vida com... é querer dar a vida.
Fazes-me estas perguntas difíceis do nada...


Manuela "Mãe" Pinto:
Amor é gostar da companhia da outra pessoa, é só pensar nela, é paixão, mas também é desculpar, perdoar, é fazer sacrifícios.

Jó "Pai" Pinto:
Amor é estado de espírito.
( Amor nada tem a ver com casamento, o casamento é uma sociedade e para funcionar terá de haver investimento e cedência de parte a parte).


Liliane “Miss Lily” Torres:
O amor é como uma flor, é bonita mas sensível e se não for regada, seca.

Alexandra “Xaninha” Ferreira:
Amor é como as quecas, é muito fixe mas eles perdem a tusa depressa.


Márcia “Marcy” Gonçalves:
O amor é como um chocolate... É doce mas acaba depressa... E é preciso que não esteja fora de validade.

Nuno “ DJ In-Fernus” Campos:
O amor é tudo. E quando realmente se ama alguém não há limites para nada, todos os momentos são únicos.
Amor é chegarmos a velhos e ainda nutrirmos respeito e carinho pela outra pessoa, pelo que passámos juntos, pelas vivências, dificuldades e alegrias, porque lutámos juntos pela relação, porque nos esforçámos.


Rui "Stephenwolf / Ruca Manel" Marovas:
Amor é quando um homem olha para uma mulher e sente imediatamente aquele sentimento romântico e antiquado de quem era capaz de fazer qualquer coisa para lhe saltar em cima.

Josias "Wurdhulak" Guiomar:
O amor verdadeiro é, entre outras coisas, algo que nos dá mais prazer em dar do que possuir. Numa sociedade deveras egocêntrica, o amor é das poucas coisas inadulteráveis. O amor não é compatível com o egoísmo. O amor é o que nos aproxima mais da infância: puro e inocente. Por isso envio-te esta mensagem com muito amor.

Ana Lara “Caganita” Alves:
O amor é uma foda fodida de foder foda-se!


Pensei em dar uma opinião séria, depois em dar uma opinião parva, depois pensei por fim e, porque adoro aborrecer-vos de morte, que vou escrever um testamento para vos foder a todos, porque o Amor é mesmo assim!
Cá vai:

Adriana "Xana / Pearl" Pinto:
Para mim o Amor é ...


FIM

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Do suicídio como meio profiláctico e equilíbrio da demografia


Acabei de ler este excelêntíssimo livro há uns dias e confesso que este senhor me surpreende mais a cada história. Recomendo veemente a sua leitura aos meus queridos amigos. E como se costuma dizer: "Porque o que é nacional é bom!"


"O suicídio é um gesto nobre, comecei a ler, o Luc tinha fechado a porta. Ele é mesmo uma voz da Natureza para o animal que tem bons ouvidos. O lacrau. A baleia. Muito pássaro engaiolado. Quando nasceste a Natureza disse-te toma lá a vida e sê contente com ela. Não te disse toma lá a vida e espera aí um pouco que eu já te codilho. E que fazer se ela é um estupor? se ela te dá e depois te cai em cima com um cancro invalidez fome cegueira paralisia reumatismo hidrocelos epilepsia caganeiras excessivas úlceras de repetição hepatites zumbideiras nos ouvidos trombose afasias pancada na mioleira e traições humilhações públicas e privadas depressões angústias metafísicas desastres políticos desastres amorosos burlas ambições amochadas derrotas no futebol na lotaria nas artes e letras e mais e mais e mais? O suicídio é o único acto nobre com que se pode enfrentar a traição da Natureza. Porque ela espera de nós o quê? Ela espera de nós a cobardia, a submissão abjecta, o comer e calar. Não vos caleis. Falai a única linguagem que ela e os deuses entendem. O suicídio é um acto nobre e corajoso e os que se suicidaram ficaram na História com o seu exemplo sublime. Catão, Lucrécio, Séneca, Luciano, Petrónio, quantos mais. Não se conta de ninguém que morreu de caganeira. Não se conta de suicídio senão dos romanos mas não dos gregos que eram uns merdas. Mas sempre o suicídio se assinalou como a razão da morte de quem teve razão na vida. Ele é mesmo o acto sacramental glorioso como abrir as tripas num país que conheceis. E é porque a Natureza conta com a vossa abjecção que há gente excedentária no planeta. Vede os pretos e amarelos que se multiplicam como as moscas. Assim o suicídio é uma acção benemérita em favor dos povos enquanto não for uma acção obrigatória como pagar uma multa por um carro mal estacionado. Glória aos precursores voluntários desta medida higiénica e demográfica, antes de ela vir a ser uma obrigação constitucional.
E depois passava à questão prática da escolha do modo suicidário. Porque isto é naturalmente importante, dizia. Isto tem uma graduação cultural de dignidade, sexo e até de classe. Já imaginaram um militar ou um arcebispo suicidarem-se com pesticidas? Ou um campónio com barbitúricos? Ou uma mulher com espingarda caçadeira que lhe deixasse a cara em fascículos? Não sou tão exigente ou rigoroso que vos aconselhe um método de execução. Eles são mesmo inúmeros porque a necessidade humana é imensa. Mas dou-vos alguns para uma ementa mais variada. Eles são, aliás, os mais correntes, ou seja, os mais batidos na experiência. Escolhei. Mas sede prudentes e escolhei com ponderação. Os métodos que vos sugiro são: 1- o tiro. É rápido e funcional. E tem a vantagem de não precisar de preparativos. 2- por enforcamento. Também é rápido mas tem o inconveniente de se ter de montar a corda, armar o laço, subir para um banco, empurrá-lo e ficar de língua de fora. 3 - afogamento. Incómodo. Mais lento e com o desconforto da água. 4 - o punhal. Só praticável para homens históricos e já um pouco fora de uso. E há a sangueira. 5 - o veneno. É conforme. Os pesticidas proletários dão dores que se farta. Os barbitúricos são mais suaves. Adormece-se e e não vale a pena chamarem porque já não se acorda. Mais próprio para mulheres que têm sempre a esperança de que de todo o modo as acordem. 6 - debaixo do comboio ou do metro. Método também popular. Pouco cordial para quem tem de apanhar os destroços. Mas de decisão rápida. Está-se ao pé da linha e a decisão vem ou não vem. Se vem, é logo. 7 - cortar as veias. É um método clássico e histórico para quando não havia o tiro nem o comboio. Muito digno. Mas muito sujo. O exemplo mais célebre é o de Petrónio que tapava e destapava a veia para ir entretendo o paleio com os amigos e ir morrendo por etapas. Pouco recomendável para os tempos modernos pela demora e falta de limpeza. São estes os sete processos que vos proponho porque o 7 é um número esotérico e contém portanto uma verdade profunda.
Depois vinha a segunda parte em que se prescrevia a aprendizagem da morte desde a instrução primária. E se as estatísticas demonstrarem que já é tarde - na pré-primária. E esta disciplina devia ser obrigatória até aos cursos superiores como a educação física e cívica. O horror da morte é antinatural e mais próprio das civilizações atrasadas. Ponde uma criança inocente ao pé de um morto e ela é capaz de lhe fazer festas. Depois injectai-lhe a mioleirinha de horrores e ela fica com os horrores e larga o morto. Mas é então altura de o morto ir atrás dela e de lhe pôr os sonhos por conta. E nunca mais de lá sai, que os aposentos são bons, são mesmo os melhores do homem. Vós já pensastes quantas vezes sonhais com mortos? já pensastes quantas vezes acordais aflitos porque um morto passava a noite convosco? Dizeis vós são pesadelos, coisa que vos pesa no miolo? É a vingança do morto sobre a vossa cobardia de maricas, a forma que tem mais à mão de vos chamar cagarolas. Porque é que não tendes cagaço de ver uma mosca morta ou um piolho ou mesmo um cão que já vos mexe no entanto um pouco com o sistema nervoso, que já está contaminado de humanidade? Porque vós sabeis que um piolho ou uma minhoca são mortais e sofreis na mioleira da pancada da imortalidade. Aprendei a ser mortais. Aprendei a morte como aprendestes a estar à mesa, na retrete, desde o acto de amor ou desamor ao uso da toalha respectiva. O médico e o cangalheiro não têm medo da morte. Porque é que um cangalheiro há-de ser mais evoluído que vós? (...)
Só existe para o homem o que existe pela primeira vez. Olhai uma paisagem cem vezes e ela deixará de ser visível. Ouvi uma música cem vezes e ela será só ruído. Ouvi cem vezes um canhão na guerra e vós podereis dormir em pacificação. Olhai um morto com abundância e tereis a sublimidade de um coveiro."


Vergílio Ferreira, Na tua Face

terça-feira, 23 de junho de 2009

FoR CaT LoVeRs

"Ó tu que me dás de comer! Não queres levar a gente prá faculdade???"
Eu até levava, infelizmente é proibida a entrada a seres inteligentes, sensíveis e intuitivos...
[Na minha próxima vida, quero ser um gato! Aí sim, estarei mais perto do Nirvana.]



"Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu."
Fernando Pessoa

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A uma rapariga



"Abre os olhos e encara a vida! A sina
Tem que cumprir-se! Alarga os horizontes!
Por sobre lamaçais alteia pontes
Com tuas mãos preciosas de menina.

Nessa estrada da vida que fascina
Caminha sempre em frente, além dos montes!
Morde os frutos a rir! Bebe nas fontes!
Beija aqueles que a sorte te destina!

Trata por tu a mais longínqua estrela,
Escava com as mãos a própria cova
E depois, a sorrir, deita-te nela!

Que as mãos da terra façam, com amor,
Da graça do teu corpo, esguia e nova,
Surgir à luz a haste de uma flor!..."


Florbela Espanca


Para P.D., a minha grande Amiga

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Detesto gente que respira...













Aqui ficam algumas dicas para quem as quiser apanhar...
Atrofiados out there, this one's for You !!!
With Love,
Pearl



quinta-feira, 28 de maio de 2009

Whoo Hooing



"Dear, are you sure this doesn't make us lesbians?..."

"No, we're just bonding!"


quarta-feira, 20 de maio de 2009

The Unnamed Feeling II


O desconhecido acedeu ao meu pedido, ajoelhou-se lentamente sem tirar os olhos de cima dos meus e violentamente lambe e chupa o meu clítoris ao mesmo tempo que me penetra com os dedos. Os orgasmos chegam rapida e ininterruptamente, "não aguento mais..." pensei eu, estava a experiênciar algo completamente novo e excitante, o meu corpo tremia, suava, já me faltavam as forças quando o desconhecido pega em mim, vira-me de costas pra si e me penetra com toda a sua pujança. As suas investidas eram brutais mas eu continuava a contorcer-me de sede e sofreguidão sem pensar em mais nada, simplesmente sentia o anelo, o anseio por mais. Assim que terminámos, o desconhecido pega rapidamente nas suas roupas e sussurra-me ao ouvido "voltarei a encontrar-te?". A sua voz soava sediciosa e mal tive tempo de raciocionar, peguei na minha mala num ápice e dei-lhe o meu cartão que continha a minha morada e o meu contacto telefónico. Era psicóloga, trabalhava num escritório de outrem mas também fazia sessões em casa, a fim de um dia conseguir pacientes suficientes para trabalhar sozinha. Passei-lhe o cartão para as suas mãos, ainda quentes e molhadas, guardou-o no bolso e saíu a correr esbarrando em duas senhoras que vínham a entrar distraídas na conversa "ao que parece fecharam quase esta linha toda por causa da chuva, as entradas estão inundadas...". Saí na paragem seguinte e subi as escadas lentamente, estava dorida e cansada, tão cansada que nem reparei que já não chovia.
"Porra, que dor de cabeça...", acordei ao som irritante do despertador e enquanto me tentava rastejar para fora da cama veio-me à memória a noite passada no metro, "que loucura...", nunca tinha feito nada do género, nunca acedi a tal impulso, todas a minhas acções até aí tinham sido calculadas e cautelosas, principalmente no respeitante ao sexo. Bem, não importa, o mais provável é não vê-lo novamente, o que torna a experiência ainda mais inesquecível. Tinha um paciente dali por três horas, teria tempo suficiente para me recompôr, então calmamente preparei o pequeno-almoço, fiz o café e as torradas e comi vagarosamente, como de costume, em frente à televisão a ver as notícias. Lavei a loiça e dirigi-me para o sofá, liguei a aparelhagem, acendi um cigarro e deitei-me, o meu momento antes do banho relaxante, mas não consegui sossegar nem um bocadinho, a cara daquele desconhecido não me saía da cabeça, o seu toque, o seu cheiro, o seu olhar permaneciam vívidos em mim. Apaguei o cigarro e dirigi-me à banheira, vou tomar um banho de emersão e pôr os meus sais favoritos na água, não sei porque o fiz, não era um dia especial, mas achei que daria um bom seguimento à noite anterior. Estava eu nem há quinze minutos de molho quando tocam à porta, apressei-me a vestir o robe de banho e vou em direcção à mesma, não sei porque não espreitei lá para fora nem tão pouco porque não perguntei quem era, simplesmente a abri, era ele, " Olá Doutora, trouxe companhia...".


To be continued...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mother






Quero prestar a minha homenagem a mães muito especiais.
No mínimo derretem o coração,
No máximo fazem a diferença,
Pelo meio percebemos que perdemos algo muito importante...






Eu me lembrarei


Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente rôto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.


Álvaro de Campos

Cansaço


O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo.
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma.
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que falta nelas eternamente -;

Tudo isso faz um cansaço,
Esse cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais se puder ser,
Ou até se não puder ser...


Álvaro de Campos

Nada



Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.

Nada! Não sei...
Um nada que dói...



Álvaro de Campos


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sinais de Merda

Este fim-de-semana tive o prazer de aceitar um convite do meu grande amigo pr'a ir ao cinema. Depois de uma tarde muito bem passada com a minha Patrícia por Lisboa e do belo do hambúrger no tão simpático Irish Pub, lá fui eu direitinha pr'ó Fórum Almada. Ainda demorámos a escolher o filme, pensámos em ir ver um que até parecia interessante mas eu, como volta e meia tenho diarreias cerebrais (desculpa lá qualquer coisinha ó Ruca Manel...), lá o convenci (triste momento) a irmos ver "Os Sinais do Futuro" com o Nico Jaulas (Nicholas Cage). Tudo muito bem até ter começado o raio do filme, quer dizer, a princípio até parecia bem, mas entretanto lá apareceu o Nico com a sua cara de mosca morta e com as suas famosas cenas, ditas dramáticas, muito forçadas. A certa altura, percebe-se que supostamente seria um filme de ficção científica, mas para mal dos nossos pecados, o senhor que escreveu tal ínfamia pouco percebia disso... Todo o filme é um enorme cliché e dei por mim, várias vezes, a pensar "mas onde é que eu já vi isto..." . Mas o que mais me custou mesmo foi o fim porque, para além de ser completamente previsível, ainda hoje me pergunto (e já passaram dois dias) mas em que raio pensaram aqueles gajos quando largaram pr'a ali as crianças no meio do nada... quer dizer, então mas era suposto as crianças comerem o quê??? Vá, fiquem pr'a aí e agora desenmerdem-se??? Pronto, levaram os coelhinhos, se a fome for muita que se lixe a fofura, e vai cru e tudo porque não há tempo pa ensinar a fazer fogo, nem a caçar nem o raio que o parta. Não sei se mais alguém pensou nisto, provavelmente só eu é que penso nestas parvoíces, mas como o filme é tão mau, acho que estou desculpada.
Por fim, quero alertar os meus caros amigos companheiros palhaços para fugirem deste filme, aliás, qualquer filme recente com o Nico Jaulas é de fugir e, na minha humilde opinião, acho que ele deveria fazer qualquer coisa aquela amostra de cabelo, pl'o amor da santa, ó Nico...

domingo, 26 de abril de 2009

Não quero nada...


NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!


Álvaro de Campos

sábado, 25 de abril de 2009

Não para todos...Só para loucos


"Existe um número bastante significativo de pessoas do mesmo género de Harry; entre os artistas, sobretudo, há muitos que pertencem a essa casta. São pessoas que têm em si duas almas, duas essências, neles o divino e o diabólico, o sangue materno e o sangue paterno, o dom da felicidade e o dom do sofrimento, co-existem e interpenetram-se tão hostil e desordenadamente como o lobo e o homem em Harry. E essas pessoas, cuja vida é de imenso desassossego, experimentam por vezes nos seus raros momentos de felicidade uma sensação de tão indizível beleza e de uma tal intensidade, a escuma dessa momentânea felicidade inrompe por vezes tão alta e resplandecente por sobre o mar do seu sofrimento, que essa felicidade breve e luminosa na sua irradiação também aflora e enfeitiça os outros. É assim que nascem, como espuma de felicidade fugaz e preciosa acima do mar do sofrimento, todas aquelas obras de arte pelas quais um só homem sofredor se elevou tão alto, no espaço de uma hora, acima do seu próprio destino, que a sua felicidade irradia como uma estrela e aparece a todos os que a vêem como algo de eterno, e como o seu próprio sonho de felicidade. Todas essas pessoas, quaisquer que sejam os nomes dos seus actos e das suas obras, não têm realmente vida de espécie nenhuma, quer dizer, a sua vida não é existir, não tem forma, não se trata de heróis, artistas ou pensadores no sentido em que os outros são juízes, médicos, sapateiros ou professores, não, a sua vida é um fluxo, uma rebentação eterna e penosa, é miserável e dolorosamente despedaçada, e é horrenda e vazia de sentido, se não estivermos dispostos a descobrir-lhe um sentido naquelas tais raras vivências, acções, pensamentos e obras que resplandecem por sobre o caos de uma vida assim. Entre os homens dessa espécie nasceu a perigosa, a terrível ideia que talvez toda a vida humana não passe afinal de um grande equívoco, de um aborto violento e fracassado da Mãe primeira, de uma tentativa selvagem e sinistramente malograda da Natureza. Mas entre eles surgiu também aquela outra ideia de que o homem talvez não seja apenas um animal medianamente racional, mas antes um filho dos deuses, e destinado à imortalidade."

Hermann Hesse, O Lobo das Estepes

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Canção de Embalar

Certa noite estava eu muito bem no conforto dos meus lençóis a dormir que nem uma perdida, como é habitual, quando inesperadamente e quase como um relâmpago, sou acordada por algo que, infelizmente, nunca esquecerei e soava a qualquer coisa como "TOOOMAAA!!!". Abro os olhos e penso "mas que caralho foi esta merda??? São três da matina, fdx...". Consciente de que teria de me levantar ás seis, tento novamente adormecer quando, mais uma vez, oiço aquela voz extasiada aos gritos "TOOOMAAA!!!". Puta da vida e com os olhos em chamas, também mando um berro "Ó pimpolho! E se mandasses a foda a horas decentes???". Já do andar de cima oiço algo diferente agora, algo como "UUUOOOIII!!!". Estava porca como tudo mas não pude deixar de pensar na pobre rapariga, que está a "levar com ele" e a ouvir gritos do tipo "toma"...que tesão!...enfim... Bem, este cabrão não me deixa dormir hoje mas eu, como sou pouco fresca, amanhã terei a minha vingança! Umas horas mais tarde (poucas...) lá me arrastei para a banheira, tomei o pequeno-almoço calmamente e saí de casa. Detenho-me à porta da rua quando tive a ideia brilhante (ou parva) de tocar à campaínha do excelêntíssimo filho da puta. Minutos mais tarde e, depois de já estar com o dedito a congelar (estava frio pra cacete) oiço uma voz meio apagada do outro lado "Quem é?" ao que eu gentilmente e bem alto respondo "TOOOMAAA!!!". E fugi! (já estava atrasada e tal...)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Hasta Siempre...

Este Post quero dedicar aos meus queridos amigos Lili e Paulinho. Vocês são as pessoas mais bem dispostas, prestáveis e porreiras que eu tive o prazer de conhecer. E... porque o Avante sem vocês não tem graça!
Love you guys!!!

(Fdx, ando mesmo lamechas...lol)



Nathalie Cardone, Hastra Siempre


Aprendimos a quererte
Desde la historica altura
Donde el sol de tu bravura
Le puso un cerco a la muerte
Aquí se queda la clara
La entrañable transparencia
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara
Vienes quemando la brisa
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa
Aquí se queda la clara
La entrañable transparencia
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara
Como revolucionario
Que conducía nueva empresa
Donde espera la firmesa
De tu brazo libertario
Aquí se queda la clara
La entrañable transparencia
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara
Seguiremos adelante
Como junto a tí seguimos
Y con Fidel te decimos
Hasta siempre Comandante
Aquí se queda la clara
La entrañable transparencia
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara
Che: " Esa hora irá creciendo cada día que pase, esa hora ya no prará más".

Ao meu mui estimado amigo

Nestes últimos dias tenho-me dedicado à grande prenda que tiveste a bondade de me oferecer. Ouvir este album traz-me recordações, imagens e cheiros de tudo o que de bom a minha adolescência me deu.

Para o meu Amigo, o meu Companheiro, o meu Professor, aqui vai a letra de uma das músicas que mais adoro.
R.M., esta é pr'a ti! *tchu pá*




"Black"

Hey... oooh...
Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay
Were laid spread out before me as her body once did.
All five horizons revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air I tasted and breathed has taken a turn
Ooh, and all I taught her was everything
Ooh, I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands chafe beneath the clouds
Of what was everything.
Oh, the pictures have all been washed in black, tattooed everything...
I take a walk outside
I'm surrounded by some kids at play
I can feel their laughter, so why do I sear?
Oh, and twisted thoughts that spin round my head
I'm spinning, oh, I'm spinning
How quick the sun can drop away
And now my bitter hands cradle broken glass
Of what was everything?
All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...
All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be... yeah...
Uh huh... uh huh... ooh...
I know someday you'll have a beautiful life,
I know you'll be a sun in somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, can't it be mine
Aah... uuh..