segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Lógica da Batata

Sempre ouvimos dizer que devemos ter cuidado com o que desejamos pois é provável que o vinhamos a ter. Nunca concordei com isto, para ser sincera, acho que seria muito feliz se ganhasse o Euromilhões, se metade da população deste Planeta fosse dizimada e se as mulheres fossem promovidas a raça superior pelas razões óbvias.
Até poderíamos pensar que nem sempre temos o que queremos, mas a verdade é que isto não é verdade. Porquê? Quando queremos algo, vamos à luta, seja isso uma obrigação ou apenas uma vontade, se isso não acontece é porque, no fundo, ou não o quisemos ou não fomos avante com os nossos desejos, seja porque razão for.
O problema central aqui não se aplica, a meu ver, ao que desejamos mas sim à forma como o Universo nos dá as coisas. Por exemplo, quando penso que quero isto ou aquilo para a minha vida, eventualmente vou acabar por ter, simplesmente nunca é quando eu quero e como eu imaginei. Falta de sorte? Não, Deus destesta-me. Agora, pergunto eu, porque raio os nossos planos saem sempre furados? Queremos algo, acabamos por ter, mas nunca é bem como imaginávamos. Há aqui alguma lógica? Há, mas uma lógica muito pervertida. Talvez seja esta a maneira de o Universo gozar connosco, e até é capaz de ter piada, nós é que não percebemos.
Não me posso queixar, é um facto, no fundo acabo por ter o que quero ainda que o timing não seja perfeito nem bem como eu idealizei. Mas vendo bem as coisas, de que me serve ter algo agora que desejei há meses atrás? Por exemplo, de que me serve ter uns calções agora que começou a fazer frio? Tinha dado mais jeito há uns meses atrás quando estava calor! E em vez de me calhar uns calções vermelhos como eu queria, aparecem-me uns verdes. Não deixam de ser calções, é verdade e eu, na realidade, queria uns, mas não eram bem aqueles nem neste momento preciso. Isto faz algum sentido? Mas porque raio funcionam assim as coisas? O ser humano já é complicado por natureza, obviamente que esta ordem de sucessões de eventos não ajudam.
Eu até podia ser uma rapariguita mais humilde, mas o que se passa é que não sou nada apologista do "ah, eu cá não quero nada porque assim não alimento esperanças, não me dou mal e qualquer coisa que venha já é bom". Nós já não temos nada mesmo, em que é que isto nos ajuda? Sonhar ainda é grátis, porque não? Gostava muito de ganhar o Euromilhões, mas também se isso não acontecer, não vou a correr cortar os pulsos.
Se pensarmos bem, afinal até temos o que queremos...um bocadinho ao lado...
Porque raio é que eu penso nestas merdas? Porque os meus pais desejaram ter uma filha inteligente e saíu-lhes isto...

1 comentário:

  1. só tenho uma coisa a dizer: ah poizé! *abano a cabeça de forma entendida e compreensiva, como quem concorda com algo muito sábio proferido por alguém muito inteligente*

    tixa

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